Cientistas estão usando IA para tentar decifrar conversa de baleias

Pesquisadores estão utilizando recursos de IA (Inteligência Artificial) para tentar descobrir o que baleias estão conversando.

“É difícil não ver primos brincando enquanto conversam. Não ver as mães entregando os filhotes para uma babá e trocando algumas palavras antes de sair, por assim dizer, para ir comer no oceano profundo”. O biólogo marinho canadense Shane Gero poderia estar falando de humanos, mas a verdade é que ele estava se referindo às baleias cachalotes.

Há anos, ele e outros pesquisadores acompanham as Physeter macrocephalus nas águas do Caribe, no Projeto Cachalote da Dominica. Como elas passam muito tempo no oceano profundo em busca de lulas e outros alimentos, estão constante em regiões escuras. E, por isso, têm seu próprio jeito de se comunicar: usando sons.

A isso Gero chamou de “conversa” de baleias. Contudo, os barulhos consistem em cliques. De acordo com os pesquisadores, frequentemente falam ao mesmo tempo e também formam diferentes arranjos e padrões com esses sons.

Para entender a conversa de baleias

As baleias cachalotes interessam os cientistas porque têm cérebros grandes e vivem em grupos que se organizam em algo parecido com uma dinâmica familiar. Em geral, elas mergulham e caçam juntas e, às vezes, até cuidam dos filhotes umas das outras, como Gero contou.

Por isso, pesquisadores que estudam o animal há muito tempo se perguntam o que esses cliques significam. Há anos, eles gravam esses sons de mais de nove mil cachalotes na tentativa de compreender a conversa de baleias.

Agora, parte deles se uniram em um projeto chamado CETI, em que utilizam inteligência artificial para decodificar a linguagem das baleias cachalotes – o que chamam de alfabeto fonético.

Para isso, dividiram os sons em partes, que formam padrões. Cada uma dessas partes recebe o nome de Codas e são consideradas as unidades básicas da conversa de baleias cachalotes.

Geralmente, elas consistem em grupos de cliques com menos de dois segundos de duração. Até agora, alguns padrões de cliques foram identificados. Por exemplo, Gero consegue perceber padrões específicos das baleias cachalotes do Caribe.

E, até agora, perceberam que a comunicação desses animais é mais complexa do que parece. Às vezes os cliques são iguais, mas o tempo entre eles é diferente. Outras vezes, há um clique extra, que parece inofensivo, mas pode mudar o sentido da “conversa”.

Catalogando todos os Codas, os pesquisadores descobriram que esses cliques não são aleatórios e que a inteligência artificial, por meio de aprendizagem de máquina, pode prevê-los assim como pode prever uma sequência de sílabas ou de palavras em uma frase.

Mas ainda há um longo caminho a ser percorrido. Por isso, pesquisadores seguem combinando estudos de observação e análise dos cliques.

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Publicado por Thiago Dutra Diniz

31 Anos, Cursei Biomedicina em Salvador. Católico Apostólico Romano. Amante de viagens, gosto de conhecer novos lugares, gosto de cozinhar e tomar cerveja aos fins de semana.

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