Inmet faz balanço sobre impactos que o El Niño gerou ao Brasil

Em atuação desde junho de 2023, o fenômeno El Niño tem causado diferentes impactos nas cinco regiões do Brasil. Para entender a dinâmica do fenômeno, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) fez uma análise sobre as condições climáticas observadas em 2023 e nos três primeiros meses de 2024.

O fenômeno climático ocorre devido ao aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico Equatorial. De modo geral, no decorrer de 2023, os acumulados de chuva ficaram próximos ou abaixo da média em grande parte das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil

Assim, o maior déficit de chuva foi observado em Mato Grosso. Em São Vicente, o total de chuva foi de apenas 313 mm (milímetros), sendo que a média histórica da cidade é de 1.833 mm, ou seja, 1.520 mm abaixo do esperado.

No município de Matupá, também no Mato Grosso, choveu 760 mm em 2023. Esse acumulado é muito inferior a média de 2.062 e resulta em desvio negativo de 1.302 mm.

Assim como em Mato Grosso, a Região Norte também sofreu com a escassez de chuva no ano de 2023. A estação meteorológica do Inmet de São Félix do Xingu, no Pará, registrou um volume total de 890 mm, quando a média histórica é de 1.985 mm. Confira no mapa:

Anomalia de precipitação (chuva), em milímetros (mm), no ano de 2023. Imagem: Inmet/Reprodução

Muita chuva no Rio Grande do Sul

Por outro lado, os maiores volumes de chuva foram observados principalmente no Rio Grande do Sul, com acumulados que superaram os 2.000 mm no ano.

O destaque ficou para o município de Passo Fundo, onde foi registrado um volume total de 2.840 mm. Isso corresponde a 922 mm acima da média histórica anual.

O estado sofreu em 2023 com diversos ciclones, que trouxeram alagamentos, inundações e problemas para a população local. Em outubro, por exemplo, a tragédia deixou 50 mortos e 8 desaparecidos na região do Vale do Taquari.

El Niño gera calor intenso

Além das chuvas, o El Niño fez as temperaturas ficarem acima da média em grande parte do Brasil. As maiores temperaturas médias foram registradas na região Nordeste, como em Guaramiranga (CE) e Triunfo (PE) — ambas com 26ºC e desvios acima de 4,0ºC.

Além disso, ao longo do ano, as regiões Centro-Oeste e Sudeste também apresentaram temperaturas elevadas. Em São Vicente (MT), a temperatura média foi de 27 ºC, o que corresponde a 3,5ºC acima da média histórica.

De acordo com o Inmet, na região Sul, município de Campo Mourão, no estado do Paraná, apresentou temperatura de 2,1ºC acima da média.

Anomalia de temperatura média do ar (°C) no ano de 2023. Imagem: Inmet/Reprodução

Um dos setores mais afetados em relação ao clima pelos efeitos do fenômeno El Niño foi a agricultura. De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o ano de 2023 teve uma influência negativa do clima sobre as culturas de verão, com uma quebra de 25,7 milhões de toneladas.

A boa notícia é que o Inmet prevê que no mês de abril, o El Niño deva atingir a categoria fraca e, posteriormente, iniciar o período de neutralidade, entre os meses de maio e junho.

El Niño de 2023 foi um dos 5 mais fortes jamais registrados

A OMM (Organização Meteorológica Mundial) classificou o El Niño de 2023-2024 como um dos cinco eventos mais intensos já registrados desde o início dos registros modernos.

De acordo com a organização, o atual El Niño — que começou a se formar em meados de 2023 — atingiu temperaturas superficiais do mar significativamente mais altas do que a média. Assim, levando a mudanças drásticas nos padrões climáticos em todo o mundo.

The post Inmet faz balanço sobre impactos que o El Niño gerou ao Brasil appeared first on Giz Brasil.

Publicado por Thiago Dutra Diniz

31 Anos, Cursei Biomedicina em Salvador. Católico Apostólico Romano. Amante de viagens, gosto de conhecer novos lugares, gosto de cozinhar e tomar cerveja aos fins de semana.

Deixe um comentário

Crie um site como este com o WordPress.com
Comece agora